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O desafio do comunicador


Cidade do Vaticano – Na última quinta-feira o Papa Francisco recebeu no Vaticano os membros do Conselho da Ordem dos Jornalistas Italianos. Um encontro que permitiu ao Santo Padre fazer algumas reflexões sobre a figura do jornalista, do comunicador, daquele que tem responsabilidade na formação da opinião pública em um mundo cada vez mais tecnológico. Como recordou Francisco, também a Santa Sé, viveu e está vivendo um processo de renovação do sistema comunicativo, com a Secretaria para a Comunicação que se tornará o ponto de referência para os jornalistas que cobrem os eventos vaticanos.


Estamos vivendo em um mundo que se torna cada vez menor através dos meios de comunicação, dos progressos tecnológicos, interligando-nos sempre mais. Todavia, - como já disse no passado Francisco -, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. O mundo continua a sofrer múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza. E neste mundo, os meios de comunicação e seus operadores podem ajudar a fazer com que uns se sintam mais próximos dos outros.


E na conversa com os homens da comunicação nesta semana, o Pontífice afirmou que o jornalismo deve contribuir a fazer crescer a dimensão social das pessoas, respeitando a sua dignidade e amando a verdade dos fatos.


Podemos dizer que o Papa nas suas palavras, que nos tocam diretamente, bem como àqueles que amam a comunicação, evidenciou que o branco e o preto, que são nitidamente subdivididos, são cores quase nunca identificáveis nos textos dos jornalistas de hoje. Isso significa, em outras palavras, que frequentemente, principalmente em debates políticos, não se consegue distinguir claramente quem errou e quem tem razão. Em síntese, o que é certo e o que é errado, o que é verdadeiro e o que não é verdadeiro.


Francisco demonstra compreender perfeitamente a profissão do jornalista e por isso não renúncia levantar a bandeira desta profissão recordando os seus valores mais nobres.


Consciente do corre-corre que essa atividade comporta, sempre atrelada ao “horário de fechamento”, o Papa recordou, todavia, que o jornalista tem grande responsabilidade, pois de certa maneira escreve “o primeiro esboço da História” e determina a discussão e a interpretação dos eventos. Por isso, é importante “parar e refletir”. E o Pontífice ofereceu três elementos de reflexão: amar a verdade, viver com profissionalismo e respeitar a dignidade humana.


Amar a verdade não significa somente afirmar, mas viver a verdade. Testemunhá-la com o próprio trabalho. A questão não é ser ou não um fiel, destacou o Papa, mas ser ou não honesto com si mesmo e com os outros.


Viver com profissionalismo significa compreender e interiorizar o sentido profundo do próprio trabalho. Isto é, não submeter a própria profissão a lógicas econômicas ou políticas. A tarefa do jornalismo, a sua vocação, é promover a dimensão social do homem, favorecer a construção de uma verdadeira cidadania.


Quanto ao último elemento, respeitar a dignidade humana, o Papa recordou que é importante em qualquer profissão, mas de modo especial no jornalismo, porque atrás de qualquer notícia há sentimentos, emoções. Enfim, a vida das pessoas. Francisco lembrou as inúmeras vezes que falou das fofocas como “terrorismo”, de como é possível matar uma pessoa com a língua. Se isso vale para cada indivíduo, vale mais ainda para o jornalista.


“O jornalismo não pode se tornar uma ‘arma de destruição’ de pessoas e, até mesmo, de povos”. “Que o jornalismo – disse Francisco - seja um instrumento de construção, que não sopre sobre o fogo das divisões”, mas favoreça a cultura do encontro.


As palavras de Francisco são uma verdadeira estrada para jornalistas e futuros jornalistas que atuam ou atuarão em uma das mais fantásticas profissões: a profissão de contar a história que escorre no tempo.


Já no primeiro encontro com o mundo da comunicação após a sua eleição Francisco tinha feito um pedido aos homens da imprensa para que todos comunicassem a verdade, a bondade e a beleza. E reforçou nesta semana com profissionalismo e respeito à dignidade humana. Não devemos comunicar nós mesmos, mas sim a verdade. Esse é o grande desafio do comunicador.

(Silvonei José)

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