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Cuidar da casa comum é nossa missão


O Dia Mundial das Missões, que neste ano é celebrado no dia 23 de outubro, nos recorda mais uma vez, em continuidade com a Campanha da Fraternidade, que “cuidar da casa comum é nossa missão.” É oportuna esta temática, visto que esta preocupação é permanente e exige não somente algumas ações pontuais ou em determinadas épocas do ano, mas um processo educativo, com uma nova compreensão do lugar do ser humano no mundo e uma espiritualidade integradora e ecológica.


O lema inspirador das reflexões é tirado do livro do Gênesis: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Recorda a perspectiva apresentada pelo Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si, quando fala de uma “ecologia integral”, na qual ressoam dois gritos: o grito dos pobres, que são sempre os que mais sofrem, e o grito da Terra, que geme pela sua depredação. A superação desta crise exige “um olhar diferente, um pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático” (LS 111). Uma pergunta deve nos inquietar: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem nos suceder, às crianças que estão crescendo?” (LS 160).


Os processos educativos devem nos ajudar a integrar numa única visão as três relações fundamentais do ser humano: a relação com Deus Criador, a relação com o próximo e a relação com a terra, nossa casa comum. Somos parte da criação, criaturas de Deus, e não temos o direito de destruí-la. Deus nos criou à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,27) e, por isso, com uma especial responsabilidade: cultivar e cuidar da criação (cf. Gn 2, 15). Ao ser humano foi confiado este cuidado, para que formemos uma verdadeira família, na mesma casa em que todos habitamos.


Trata-se de uma verdadeira espiritualidade, que aponta para um novo estilo de vida. O nosso olhar pode ser educado para ver que em toda a criação transparece a presença do Criador. Deus se mostra e, com os olhos da fé pode ser percebido, pois se manifesta em todas as criaturas. Canta o salmista: “os céus proclamam a glória do Senhor e o firmamento, a obra de suas mãos [...] seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.” (Sl18,2.5). Cada vez mais nos damos conta de que quanto mais vazio está o coração das pessoas, mais sentem a necessidade de comprar, possuir e consumir (cf. LS 204). Quanta ansiedade pela falta de profundidade interior, que nos torna superficiais e agressivos.Uma verdadeira espiritualidade cristã liberta destes apegos e ajuda a mostrar quanto é mais bela uma vida que prima pela misericórdia nas relações humanas, pela gratidão e gratuidade, por uma humildade sadia e uma sobriedade feliz, fonte de paz e reconciliação. Com certeza, o cuidado da casa comum passa pela nossa espiritualidade e por uma educação para novos hábitos.


Além deste caminho de conscientização, somos convidados a cooperar nesta obra missionária da Igreja de três modos: pela oração e testemunho de vida; pela coleta que é realizada neste domingo para os projetos missionários e obras de caridade do Papa; pela disponibilidade para servir na missão em nossas comunidades e em todo o mundo.


Dom Adelar Baruffi Bispo de Cruz Alta

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