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Homilia de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Lc 15, 1-10 - Parábola da ovelha perdida



Para não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem distantes dos que eram tidos em conta de pecadores. Em sua rigidez, eles se negavam a lhes emprestar dinheiro ou lhes pedir algo; não lhes davam uma filha em casamento, tampouco os convidavam como hóspedes. Mas eis que Jesus convive misericordiosamente com os pecadores: Ele os acolhe, frequenta suas casas e “come com eles”. Eles ficam desconcertados e escandalizados com a liberdade de Jesus, o que leva S. Cirilo de Alexandria a perguntar: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação? ”. A resposta é dada por Jesus, através da parábola do bom pastor, que vai à procura da ovelha desgarrada. Quando a encontra, transporta-a alegremente sobre seus ombros e desperta os demais pastores para que participem de sua alegria. Aliás, esta parábola é o próprio Jesus, que veio reconduzir a humanidade ao redil divino.


Na parábola, os verbos “buscar-encontrar” expressam, antes de tudo, a iniciativa do Pastor e o seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não se esquece, nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de todas”. S. Ambrósio, num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os ombros de Cristo, sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da Cruz, que abraçam a todos, uma vez que Ele veio salvar, justamente, quem estava perdido”. Impõe-se um princípio: jamais deixar de acolher qualquer uma das ovelhas, visto que cada uma é objeto do terno carinho do Pastor, que conhece e chama cada uma delas “por seu nome” próprio, insubstituível. A dor e a ansiedade, sentidas pelo pastor pela perda de uma só delas, transformam-se em alegria e festa ao encontrá-la.


As palavras de Jesus refletem ternura e misericórdia, sobretudo, quando proclama ter vindo não para condenar, mas sim para salvar os pecadores, jamais rejeitados. Ele vela por todos, e se assenta com eles à mesa, sugerindo aos fariseus uma guinada espiritual total, pois Ele oferece, generosamente, a cada um o seu auxílio misericordioso e a comunhão com Deus. Exclama S. Efrém: “Espetáculo admirável: os anjos temem, por causa de sua grandeza, e os pecadores comem e bebem com Ele”.

Ainda hoje, segundo S. Basílio, Jesus nos leva a refletir: “O bom Pastor vai ao teu encontro e se tu te dás a ele, ele não hesitará e não desdenhará na sua bondade em te colocar sobre seus ombros, alegrando-se por ter encontrado a ovelha que estava perdida. E se alguém protesta que tu foste acolhida imediatamente, o próprio Pai falará em tua defesa dizendo: ‘É necessário festejar e alegrar-se, porque esta minha filha estava morta e agora retornou à vida, estava perdida e foi reencontrada’”.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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