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Homilia de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Lc 17, 20-37 - A vinda do Reino de Deus




Ao dizer que o Reino de Deus está próximo, Jesus provoca a curiosidade dos fariseus. Um deles, movido pela expectativa de uma manifestação divina decisiva, pergunta-lhe: “Quando ele virá”? Outros, diante dos ensinamentos de Jesus sobre a tolerância, o amor aos inimigos e a acolhida aos pecadores, alimentavam muitas dúvidas a respeito de suas palavras.


Compreendendo-os e não querendo deixá-los com ideias equivocadas, Jesus aborda a questão sob dois aspectos: o tempo e o modo como se dará sua segunda vinda ou a instauração definitiva do Reino de Deus. Primeiramente, Ele esclarece que muitos procurarão sinais, mas em vão, pois sua vinda não será precedida por sinais nitidamente constatáveis. E voltando-se para os discípulos, alerta-os de não se deixarem enganar diante dos fortes rumores existentes, que apregoavam estar o Reino “aqui ou ali”. O Reino não ocupa um espaço delimitado; ele é, antes de tudo, um acontecimento, a “irrupção repentina” do dom de Deus na história humana. Os indícios e os cálculos são, certamente, falhos, porque, em seu caráter espiritual e escatológico, o Reino já está presente aqui e agora, conforme fora anunciado por João Batista, antecipando a divina intervenção, que se manifestará como julgamento e revelação da misericórdia: é o “dia do Senhor”.


E para que suas palavras fossem compreendidas, Ele traça um paralelo entre o relâmpago, luz intensa e rápida, e o “dia do Senhor”, sua vinda gloriosa. Assim como o relâmpago dispensa a necessidade de um sinal diverso e especial para indicar a sua presença ou o seu poder, da mesma maneira, esse dia irromperá sem necessitar de outro sinal; ao homem caberá: aceitá-lo ou recusá-lo. Nesse sentido, comenta S. Cirilo de Alexandria: “Ele aparecerá na majestade do Pai, em companhia dos anjos, que o rodeiam, e se colocará diante de nós como Deus e Senhor”. Portanto, as sementes do Reino, que há de vir, já medram em nossos corações, qual força que nos configura a Jesus, trazendo, no dizer de S. Gregório de Nissa, “felicidade às nossas almas, pois o Reino é imagem, penhor e sinal da felicidade eterna, da qual gozarão as almas dos santos na eternidade”. O Reino é presença do Pai em seu amor, não só criador, mas também salvador, recriador; ele é perdão misericordioso, que não se limita a regenerar o pecador, mas que o adota como filho, amando-o sem reserva, sem limite.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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