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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Mt 21, 28-32 - Parábola dos dois filhos



Um agricultor pede aos seus dois filhos para irem trabalhar em sua vinha. Um deles se dispõe a ir, imediatamente, mas não vai; o outro contesta com uma recusa explícita, mas, tocado de arrependimento, termina indo. Este representa os publicanos e pecadores, com os quais Jesus convive misericordiosamente e aos quais oferece a salvação; o primeiro dos filhos representa os que dizem conhecê-lo e observar os mandamentos, mas, no momento de vivê-los e testemunhá-los, fecham-se à sua palavra. O escopo da parábola é claro: destacar a oposição entre o dizer e o fazer, sobretudo, a possibilidade de se arrepender, pois a mão benevolente de Deus, mesmo até o último instante, está sempre pronta para acolher os que se dispõem a trabalhar na vinha.


Nesse sentido, já o profeta Ezequiel afirmava que o justo e o pecador não são julgados em seu ponto de partida, mas apenas no final, por suas obras. Não bastam simplesmente as intenções; unido a elas, faz-se também necessário um agir reto, justo e bondoso. Aliás, o próprio Jesus afirma que “nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor! ’, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (7,21). E fazer a vontade do Pai, realizá-la, é consequência do cumprimento da mensagem evangélica, manifestado com fatos e não só com palavras.


Ao serem perguntados, sem titubear, os ouvintes confessam que a vontade do agricultor foi realizada por “aquele que se arrependeu e foi trabalhar no campo”. Porém, é grande a surpresa dos chefes do povo e dos doutores da Lei, quando Jesus conclui que “os publicanos e as prostitutas os precedem no Reino de Deus”, pois estes ouviram a pregação de João Batista e se converteram, enquanto eles nem sequer davam sinais de ter ouvido as suas palavras, que os exortavam a trilhar o caminho da justiça na prática do bem. A esse respeito, S. Bento observa: “Eis para nós a hora de deixar o sono. Tenhamos os olhos abertos à luz divina, as orelhas sensíveis à voz. Então, escutaremos a potente voz de Deus que nos solicita todo dia: ‘Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os vossos corações’”.


Após tais considerações, a feição do Senhor não estava nem sombria nem triste; sua voz serena e tranquila deixava transparecer o desejo de que também eles se convertessem e compreendessem que o fato de se “falar de Deus é uma grande coisa, melhor é ser purificado por Ele” (S. Gregório Nazianzo). Todos se sentem encorajados por Jesus: ninguém precisa deplorar seus pecados, porque o perdão, concedido por Ele, supera o mal; ninguém terá de temer a morte, porque sua morte será fonte de liberdade e de paz; ninguém deve se desesperar, porque a boa-nova do Evangelho é oferta universal da misericórdia divina, demonstrada em amor ao próximo e em serviço.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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