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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Mc 3, 20-21 - Providências da família de Jesus



Após passarem a noite em oração, Jesus e seus discípulos “foram para casa”, expressão que significa seu desejo de se retirar e passar algum tempo, a sós, com os seus discípulos. As multidões, porém, não o deixam em paz, vêm ao seu encontro, trazendo doentes, de modo que “nem mesmo seus discípulos podiam se alimentar”. Situação delicada, motivo para que seus parentes se mostrassem inquietos e preocupados. Dentre eles, havia quem pensasse ter Ele enlouquecido, pois não conseguiam compreender como alguém, ligado a eles, se doasse aos seus semelhantes, com tanta exclusividade.


Há também os que o rejeitam por causa de sua mensagem e de seu comportamento perante a Lei. Sua presença não é compreendida por todos e certa opacidade histórica se manifesta até entre seus familiares, que julgavam estar Ele passando dos limites, negligenciando, por excesso de zelo, as regras ordinárias da vida; exige-se um voto de confiança.


Descidos de Jerusalém, os fariseus levam ao exagero tais considerações, afirmando que era por força de Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele expulsava os demônios. Cegueira e obstinação. O Evangelho assegura não só a possibilidade do mal, ligada à liberdade humana, mas também a existência de um poder pessoal, que quer conduzir os homens ao pecado. Nesse sentido, observa S. João Crisóstomo: “O próprio Jesus declara que expulsar os demônios, como acabara de fazer, é obra de um poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”, país do amor, anunciado e vivido intensamente por Ele. O domínio do mal, do orgulho e da ganância é, naturalmente, repelido pelo amor gratuito e pela generosidade desinteressada, daquele que é, em sua bondade, a proximidade de Deus.


Os Santos Padres situam esta passagem nos horizontes da luta interior entre dois Reinos. Um, dominado pelos que recusam crer em Cristo, e que são descritos como vivendo “na carne” ou “segundo a carne”, outro, guiado por aqueles que vivem segundo o espírito, e que têm sua vida orientada para Deus. Nas palavras do Apóstolo Paulo, trava-se, então, um combate, denominado mortificação, que exige a renúncia ao mal e ao pecado. O cristão, abandonando tudo o que o desvia de Deus, é conduzido pelo “dedo de Deus”, o Espírito santificador, a estabelecer em sua vida a vitória da fé e do amor.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm.

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