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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Mc 3,31-35 - Os verdadeiros parentes de Jesus



A multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para indicar como seus verdadeiros parentes os que são obedientes à vontade do Pai que está nos céus. A propósito, pergunta-lhes: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? ”. Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para afastar a mãe e os irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade espiritual a todo parentesco corpóreo”. As palavras do Mestre visam convocar os discípulos para fazerem parte da Aliança como membros de uma nova família, a família dos “santos”, aqui na terra e no céu.


A grandeza de Maria repousa não apenas sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, mas muito mais por causa de sua fé, que nela atinge tal profundidade e intensidade, que a concepção de Jesus será a resposta benevolente da misericórdia divina à sua vida de oração e à sua entrega total à vontade do Pai. Assim como “o Espírito Santo, escreve S. Cirilo de Alexandria, personaliza a santidade divina, Maria personaliza a santidade humana”.


Acontecimento maravilhoso e culminante da história da salvação, atestado por S. Lucas no início do Evangelho: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo armará sua tenda em ti (episkiásei soi); por isso, o Santo que nascer será chamado Filho de Deus” (1,35). Ao armar nela sua tenda, o Espírito divino a erigiu em figura da Igreja, porque inseparável da pessoa e da obra de seu Filho, que nela assumiu a nossa humanidade, Maria se torna a Mãe do corpo de Cristo, que abarca toda a humanidade: por Jesus de Nazaré, o Filho de Deus se fez um de nós, em tudo, menos no pecado.


Em sua resposta ao Anjo: “Faz-se” (fiat), e em sua declaração: “Eis a serva do Senhor”, ela professa sua fé, numa entrega confiante, sem reservas, a Deus, manifestando estar pronta para receber o dom gratuito e pleno de Deus: seu Filho, que nela se encarna. Nesse sentido, observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente; por isso, vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz era Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”.


Também nós, discípulos de Jesus, na medida em que acolhemos a Palavra de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família espiritual, da qual Maria é a Mãe.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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