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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Mc 12,28-34- O maior mandamento



À pergunta de um escriba sobre qual seria o maior e primeiro mandamento, Jesus cita aquele que fazia parte da profissão de fé monoteísta de cada judeu: amar a Deus de todo coração e com todas as suas forças. Mas, por iniciativa própria, Ele acrescenta um segundo mandamento: amar o próximo como a si mesmo (cf. Lev. 19,18). Se as Escrituras os citam, separadamente, Jesus os une, intimamente, e manifesta serem eles expressão do amor de Deus para conosco.


Ao assumir a realidade humana, Jesus inclui nele a humanidade regenerada e a torna participante da vida divina. Daí a bela declaração de S. Atanásio: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. Ou podemos dizer de outro modo, referindo-nos à humanidade de Jesus: ela não só é semelhante à nossa, mas é a mesma que está em nós e que nele, o “novo Adão”, atinge sua realização plena e perfeita.


Em termos espirituais, podemos dizer que cada ser humano está incluído em Cristo e participa do seu amor, força de unidade e de paz.


Diante desses ensinamentos, sem negar o culto judaico, mas com uma ponta de crítica, exclama o escriba: “Isso vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”. É de se notar aqui o progressivo processo de desligamento da Igreja em relação ao povo judeu, que não deixa jamais de oferecer, através da Lei, as condições necessárias para a suprema integração de todos os povos no único Povo de Deus, restaurado por Cristo.


Como se evidencia, o amor cristão não se reduz a um mero sentimento, pois provém de nossa união a Cristo, em quem a natureza humana não é abolida, mas restaurada e transfigurada. Se o ser humano, no dizer de S. Irineu, foi criado à imagem e semelhança de Cristo, então, em nossa vida pulsa uma energia pessoal, que nos conduz não só a uma unidade interna, mas a um autêntico relacionamento com Deus e com nossos semelhantes.


Daí se infere que o duplo mandamento equivale dizer o pleno sentido da Lei e dos Profetas: o amor a Deus significa viver, interiormente, livre para amar e servir a seus semelhantes, sempre a caminho, quais peregrinos, da Pátria comum.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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