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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Lc 1, 26-38: Anunciação do Senhor



Na pequena cidade de Nazaré, uma jovem de nome Maria estava orando, quando lhe aparece o Arcanjo Gabriel. Para seu espanto, ele lhe anuncia que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o Monte Sinai. Sentindo-se chamada a uma importante missão, confiada por Deus, ela ouve a mensagem do Arcanjo: “Tu encontraste graça junto do Senhor”. Revelando-se, Ele se comunica e assume totalmente a humanidade recebida de Maria, a cheia de graça, a filha de Sião do fim dos tempos.


Em razão do seu sim, “seja feita a tua vontade”, ocorre a mais plena manifestação do Espírito Santo: a Encarnação do Filho de Deus, início de uma vida nova para a humanidade toda inteira. S. Justino e S. Irineu leem esta passagem à luz do relato do Gênesis e traçam um paralelo entre Maria e Eva, “a mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. Do mesmo modo, diante da pergunta: “Como é que vai ser isso? ”, o Arcanjo conduz Maria à fé e à obediência, ao contrário do Anjo mau que incita Eva à desobediência e à incredulidade. Paralelismo presente na Tradição antiga, também nos autores contemporâneos, que, longe de ser artificial, oferece ao acontecimento um alcance absolutamente universal.


Observa S. Beda: “Como Eva trouxe em seu seio toda a humanidade condenada ao pecado, agora Maria traz o novo Adão que, com a sua graça, dará vida a uma nova humanidade”. De Maria nasce um dentre nós, capaz de englobar todos nós, incluindo todas as possibilidades da humanidade, não excluindo nada de cada um, a não ser o pecado. Por isso, não é ousado declarar que Jesus só podia fazer-se homem nascendo da Virgem Maria, filha de Sião, herdeira da História da salvação.


Se na origem, houve o casal Adão e Eva, agora, no princípio da verdadeira nova criação de Deus, também há uma mulher, Maria, e um homem, José, indicado como sendo “da linhagem”, “da casa de Davi”: cumprem-se, assim, as profecias, que falavam do Messias esperado e desejado por todo o povo de Israel. E ao dizer que “o Arcanjo Gabriel foi enviado por Deus”, a esperançosa mensagem, procedente do alto, chega até nós, pois o que em Maria se realizou é iniciativa do Deus Altíssimo, que aviva em nós o supremo mistério do seu amor: o nascido da Virgem Maria, o Messias, é o Filho muito amado, que sem deixar de ser Deus, assumindo nossa natureza humana, tornou-se verdadeiramente um de nós.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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