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Atitudes eucarísticas


A celebração da Solenidade de Corpus Christi, expressão pública da fé dos católicos na Eucaristia, com suas procissões e ruas enfeitadas, nos convida a penetrarmos o sentido desta expressão de fé. A Eucaristia é o grande tesouro da Igreja. É o sinal visível da presença permanente do Cristo Ressuscitado conosco, em nossas vidas e nos caminhos da história humana. Reportamo-nos espiritualmente para a Última Ceia de Jesus com os discípulos, com os gestos de Jesus, que sacramentalmente antecipou sua morte redentora na cruz: seu “corpo doado” e “sangue derramado”. Jesus se doa pela vida do mundo, pois “se o grão de trigo, laçado à terra, não morrer, fica ele só, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12,24).


Ao participarmos das programações de Corpus Christi, aprendemos a ter algumas atitudes eucarísticas. A primeira é o sentido da encarnação, que une fé e vida. Por isso, como Jesus Cristo caminhou pelas estradas da Palestina, o conduzimos, sacramentalmente, pelas ruas. Jesus ressuscitado não está presente somente na hora da missa, mas está “no meio de nós e conosco, uma Presença concreta, próxima, no meio de nossas casas, como ‘coração vibrante’ da cidade, do povoado, do território com as suas várias expressões e atividades. O Sacramento da Caridade de Cristo deve permear toda a vida quotidiana” (Bento XVI, 07/06/2012). Vamos à missa carregando conosco nossa vida, cheia de gratidão e também de cruzes, mas retornamos ao cotidiano, em que o Ressuscitado permanece sempre conosco. A primeira atitude eucarística é, pois, a fé que professa a presença real de Cristo nas espécies eucarísticas. Como os discípulos de Emaús, dizemos: “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29).


A segunda atitude eucarística é a adoração: “Tão sublime sacramento, adoramos neste altar”, cantamos. Recordo as palavras de Papa Francisco: “Como é doce permanecer diante de um crucifixo ou de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, e fazê-lo simplesmente para estar à frente de seus olhos!” (EG 264). Todos os grandes santos tinham o hábito de permanecer longo tempo em adoração. Podemos recordar São João Maria Vianney ou um grande pastor de nosso tempo, Dom Hélder Câmara, que todas as noites passava duas horas, na madrugada, em adoração. Eduquemo-nos para uma fé menos superficial e mais profunda e com o salmista rezar: “Que poderei retribuir ao Senhor, por todo o bem que ele me fez?” (Sl 115). Enquanto caminhamos em procissão, símbolo do caminho de nossa vida, fixemos nosso olhar em Cristo sacramentado e, assim, aprenderemos a sempre viver como Deus pediu a Abraão: “Tu, anda na minha presença” (Gn 17,7). Com esta atitude de adoração, cultivamos um espírito de constante gratidão a Deus. Eucaristia é ação de graças, por meio da qual resumimos toda nossa gratidão pelos incontáveis gestos salvíficos de Deus! Por isso, na eucaristia rezamos: “É nosso dever e salvação dar-vos graças”.


Nobres atitudes eucarísticas são, também, a doação e a partilha. No gesto de partir o pão, Jesus, na Última Ceia, realizou duas atitudes ao mesmo tempo, a doação de si e a partilha. O partir o pão é mais do que condivisão, é também imolação. O pão é ele mesmo, “isto é o meu corpo” (Mt 26,26). Jesus partiu a si mesmo, deu-se aos discípulos. Eucaristia é dar-se a si mesmo pelo bem dos outros. Unimo-nos todos num movimento espiritual de fazer-se dom, servir e repartir. O partir o pão eucarístico no altar da igreja está intimamente ligado ao partir o pão cotidiano em cada pequena Igreja doméstica. Nunca falte a atitude eucarística da solidariedade e das obras de misericórdia (cf. Mt 25, 35-36).


Autor: Dom Adelar Baruffi

Bispo de Cruz Alta

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