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Papa Francisco propõe 3 aspectos para um bom sacerdote confessor


Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa) / Confessionário. Foto: Pixabay, domínio público.


VATICANO - O Papa Francisco propôs três aspectos para ser um bom sacerdote confessor em suas palavras aos participantes do curso anual sobre o Foro Interno promovido pela Penitenciária Apostólica da Santa Sé.


Na sala Paulo VI, nesta sexta-feira, 17 de março, o Santo Padre comentou que “a Penitenciária é um tipo de Tribunal que realmente gosto, porque é um ‘tribunal da misericórdia’, ao qual se chega para obter aquele remédio indispensável para a nossa alma, que é a misericórdia divina”.


O esforço para chegar a ser um bom sacerdote confessor, disse em seguida, dura a vida toda. O Santo Padre propôs, então, 3 aspectos para desempenhar esta tarefa da melhor forma:


1. O bom confessor é amigo de Jesus Bom Pastor


O Santo Padre explicou que “sem esta amizade, será muito difícil amadurecer aquela paternidade tão necessária no ministério da Reconciliação”.


“Ser amigo de Jesus significa primeiramente cultivar a oração, seja a oração pessoal com o Senhor, pedindo incessantemente o dom da caridade pastoral, seja a oração específica para o exercício da tarefa de confessor e pelos fiéis, irmãos e irmãs que se aproximam de nós buscando a misericórdia de Deus”.


Francisco ressaltou que “um confessor que reza que ele é o primeiro pecador e o primeiro a ser perdoado. Então, a oração é a primeira garantia para evitar qualquer atitude de dureza, que inutilmente julga o pecador e não o pecado”.


“Na oração é necessário implorar o dom de um coração ferido, capaz de compreender as feridas dos outros e curá-las com o óleo da misericórdia, aquele que o bom samaritano colocou nas chagas da vítima, pela qual ninguém teve piedade”.


Na oração, ressaltou o Santo Padre, é necessário também pedir “o dom precioso da humildade” e invocar “sempre o Espírito Santo, que é um espírito de discernimento e compaixão”.


O Pontífice explicou que “o Espírito permite nos identificarmos com os sofrimentos das irmãos e dos irmãos que se aproximam do confessionário e acompanha-los com um discernimento maduro e prudente, com uma verdadeira compaixão para com seus sofrimentos, causados pela pobreza do pecado”.


2. O bom confessor é um homem do Espírito e do discernimento


“Qual mal causa à Igreja a falta de discernimento! Quanto mal ocorre nas almas por um agir que não busca suas próprias raízes na escuta humilde do Espírito Santo e da vontade de Deus”.

O confessor, disse o Papa, “não faz sua própria vontade e não ensina sua própria doutrina. Ele é chamado a fazer sempre e somente a vontade de Deus, em plena comunhão com a Igreja, da qual é ministro, isto é, servo”.


“O discernimento permite distinguir sempre, para não confundir, e para nunca fazer ‘te toda erva um feixe’. O discernimento educa o olhar e o coração, permitindo aquela delicadeza de ânimo tão necessária diante de quem nos abre o sacrário de sua própria consciência para receber luz, paz e misericórdia”.


Francisco indicou também que “o discernimento é necessário também porque, quem se aproxima do confessionário, pode provir das mais diferentes situações e poderia ter inclusive distúrbios espirituais”.


“Sempre que o confessor percebesse a presença de reais e verdadeiros distúrbios espirituais – que podem ser também em grande parte psíquicos e que devem ser verificados através de uma sã colaboração com as ciências humanas – não deverá duvidar em se referir a quem, nas dioceses, se encarrega deste delicado e necessário ministério, isto é, os exorcistas”.


3. O confessionário é um verdadeiro lugar de evangelização


“De fato, não existe evangelização mais autêntica do que o encontro com o Deus da misericórdia”. “Encontrar a misericórdia significa encontrar o verdadeiro rosto de Deus, assim como o Senhor Jesus nos revelou”.


O Papa assinalou que no breve diálogo com o penitente que se aproxima da Reconciliação, o sacerdote confessor deveria sempre discernir aquilo que “seja mais útil ou necessário para o caminho espiritual daquele irmão”.


“O confessor, na verdade, é chamado a ir cotidianamente às periferias do mal e do pecado, e a sua obra representa uma autêntica prioridade pastoral”.


O Papa Francisco incentivou os participantes do curso da Penitenciária Apostólica a ser “bons confessores: imersos na relação com Cristo, capazes de discernimento no Espírito Santo e prontos a aproveitar a ocasião para evangelizar”.


Finalmente, o Santo Padre incentivou a “perdoar com a Mãe, perdoar com a Mãe. Porque esta mulher ou este homem que vem ao confessionário tem uma Mãe no Céu que lhe abrirá a porta e lhe ajudará no momento de entrar no céu. Sempre a Virgem, porque a Virgem também nos ajuda no ministério”.


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