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Homilia Dom Fernando Antônio Figueiredo


Lc 13, 1-9 - Convite à conversão


Certa feita, algumas pessoas vieram contar a Jesus um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus: um crime perpetrado por Pilatos, que ordenou a morte de um grupo de manifestantes. Tornava-se ainda mais grave pelo fato de ter-se dado no Templo, profanando o lugar sagrado de adoração a Deus. Por julgarem que os males sobrevindos tinham sido causados, exclusivamente, pelos pecados dos que foram mortos, eles propiciam a Jesus a oportunidade de lançar um convite à conversão de cada um, pois todos são responsáveis pelo que se sucedeu. Para Ele, há solidariedade nos males, que atingem o gênero humano, mas também na prática da penitência. Assim como os profetas não falam propriamente da “conversão”, mas do ato de se converter, Jesus também os exorta a produzir dignos frutos de penitência: é o Evangelho da urgência, que assinala a solidariedade humana.


Nesse sentido, para destacar sua presença como “tempo da visita”, tempo de conversão, Jesus narra a parábola da figueira estéril, que urge uma resposta imediata e incondicional, porque o tempo é breve, praticamente, já passou. A figueira, diz Santo Agostinho, significa o povo de Israel, que recebeu cuidados especiais do divino agricultor, particularmente, a visita de Jesus, que o convoca para uma vida nova, na comunhão com o Pai e no serviço despretensioso aos irmãos. Apesar da atenção dispensada à figueira, não encontrando nenhum fruto, o viticultor estava prestes a cortá-la, quando intervém um homem compassivo, que, no dizer de S. Agostinho, “intercede junto a ele, para que cave ao redor e coloque adubo, o que indica paciência e humildade. Esperemos os frutos, pensa ele. Como, porém, só uma parte dará frutos, outra não, virá o dono e a dividirá. Que significa dividi-la? O fato de que há bons e maus, unidos no momento presente num único corpo”.


Na literatura bíblica, é frequente a imagem da figueira, em cuja sombra o justo encontra paz e bem-estar físico e social; o fato de ela secar constituía sinal temível de infelicidade e de sofrimento. Por isso, S. Cirilo de Jerusalém lembra que, ao contar a parábola, Jesus “quer nos levar a produzir bons frutos, evitando o que ocorreu com a figueira estéril, que foi cortada e lançada fora”. Assim como é possível existir uma árvore verdejante, embora infrutífera e inútil, da mesma maneira podem existir pessoas, com muitas e belas palavras, sem produzir, no entanto, frutos de paz e de fraternidade. A todos vale a exortação: “Apressai-vos, o Senhor aí está! ”. É o anúncio da salvação escatológica, quando Deus, por ser misericordioso, oferece a todos o perdão, tornando possível o impossível: um novo começo e uma nova esperança para os que se convertem.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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