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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo


Lc 14, 1.7-14 - Escolha de lugares



Presente num banquete a convite de um dos chefes dos fariseus, Jesus observa como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Contrastando com alguns escribas e fariseus, desejosos de ocupar lugares de destaque, Jesus se volta para os discípulos com o objetivo de conduzi-los, observa S. Cirilo de Alexandria, “a imitá-lo numa vida humilde, modesta e digna de louvor, e a não serem sequiosos de vanglória, como muitos demonstravam no banquete”. Jesus estabelece uma clara distinção entre os que se colocam em seu devido lugar, os humildes, e os que, ávidos por glórias humanas, procuram afoitamente os primeiros lugares, julgando-se superiores aos demais.


Os profetas não eram simplesmente anunciadores do futuro de salvação, mas também críticos perante a realidade social, cultural e política de seu tempo. Em seu apelo à conversão, Jesus se põe a serviço da salvação de seus semelhantes e fala de uma realidade concreta e ativa que toque e converta os diversos âmbitos da vida pessoal e comunitária de seus ouvintes. Mensageiros de sua ternura e do vigor de seu amor, seus discípulos anunciam o Evangelho que projeta a imagem de um mundo futuro de justiça, de paz e de misericórdia. É a irrupção do novo Reino da confiança incondicional a Deus e do serviço mútuo, que permite aos seguidores do Mestre se desgarrarem das riquezas e de tudo o que é supérfluo, sobretudo, da vaidade, dessa terrível vaidade do grupo de conjurados presentes no banquete, que leva a pessoa a se julgar virtuosa e dona do agir divino.


A presença de pessoas tão diversas assinala que ninguém é, de antemão, excluído do banquete: o Filho do homem se identifica com todos os que têm fome, sede, com todos os estrangeiros, enfermos, prisioneiros no mundo. Observa S. Ambrósio: “O Dono da festa ordena que entrem os bons e os maus, para aumentar o número dos bons, para aperfeiçoar as disposições dos maus, e assim se realizem as palavras: os lobos e os cordeiros pastarão juntos” (Is 65,25). Como na parábola dos convidados para a ceia, Ele manda buscar os que estão fora, na praça, os pecadores, para que também eles façam parte da festa e possam trilhar o caminho estreito, cruzando a porta da vida, e, mais tarde, transfigurados, participem do banquete eterno, junto dele. Então, desde já, os convivas, nas dobras da vida, reconhecem a presença amorosa e misericordiosa de Deus, comunicando paz e felicidade perenes.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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