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Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Lc 14, 12-24 - Os convidados que recusam ir ao banquete

(Comunhão dos santos)



A realização de um banquete é uma das belas imagens, utilizadas por Jesus, para descrever o Reino de Deus, como convivência com todos, não excluindo ninguém. Nesta parábola, Ele fala de uma festa promovida por um rei em honra do seu filho, para a qual muitos são convidados, parentes e vizinhos. Quando tudo já está organizado, ele pede a seus servos que os chamem. No entanto, os convidados se negam a ir ao banquete, apresentando as mais diversas escusas: afazeres diversos, juntas de bois para cuidar, coisas da vida, que não lhes permitem participar da festa, ainda que o convite tivesse sido feito com muita antecedência. Verdadeira afronta, pois rejeitá-lo, no último momento, era negar ao dono da festa a devida honra. Pelas respostas dadas, deduz-se a necessidade de estabelecer prioridades na vida ou, melhor, não deixar de lado o importante, que é participar da alegria e dos dons do Senhor, por causa do que se considera “urgente”. S. Cirilo de Alexandria comenta o fato de eles “desdenharem o convite, porque estavam voltados para as coisas materiais e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”.


O rei, então, resolve substituí-los por aqueles que perambulavam nas praças e ruas da cidade. “Que venham, diz S. Agostinho, os mendigos, já que quem convida é aquele que sendo rico se fez pobre por nós, para que os mendigos nos enriqueçam com a sua pobreza”. O banquete está preparado, e ainda há lugares vazios. Os servos saem, mais uma vez, pelas estradas e jardins, e chamam os que não residem dentro da cidade, até que a casa fique realmente cheia. Na sala repleta, reúnem-se bons e maus, pecadores e estrangeiros, sinal da grandeza de coração do dono da casa, em claro contraste com a maneira desdenhosa dos primeiros convidados. Estes correm o risco de não mais encontrarem lugar no banquete do Reino.


O convite é dirigido a todos, sem ambiguidades de natureza discriminatória: é a comunhão escatológica com Deus, vivida antecipadamente. Os chefes religiosos do povo bem compreendem o sentido de suas palavras, que traduzem a consciência de cumprimento da Lei e dos profetas, mas, em sua rigidez de visão, não aceitam participar da ceia messiânica. Em lugar deles, trajando as vestes apropriadas para a festa, unem-se a Jesus os mendigos e publicanos, tornando emblemáticas as palavras finais da parábola: “Há muitos chamados, mas poucos escolhidos”. Daí a afirmação da fé cristã, fundada na prática da vida de Jesus: a universalidade de sua missão, que busca unir toda a humanidade na liberdade.




Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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