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Bispos do Chile encontram o Papa: espírito de comunhão pra retratar desafios do país


O Papa recebeu os bispos com “simplicidade e abertura excepcional"


Cidade do Vaticano– Na manhã desta última segunda-feira (20), o Papa Francisco não fez a reflexão matutina na Casa Santa Marta, mas recebeu os bispos da Conferência Episcopal do Chile em visita “ad Limina”. Entre os participantes, o presidente, Dom Santiago Jaime Silva Retamales, e o arcebispo da capital do país, Cardeal Ricardo Ezzati Andrello.


O encontro durou cerca de três horas. O Card. Andrello comentou que os bispos abordaram os problemas enfrentados no Chile com “muita simplicidade e com uma abertura excepcional, sinal da reforma da Igreja” do Papa, do “sentido de comunhão”:


Card. Andrello – Abordamos problemas concretos de um povo que é secularizado, pensando a como se evangeliza esse povo secularizado; de um povo que é governado fundamentalmente por pessoas que não são crentes, mas que são abertas, com boa vontade para acolher inclusive a mensagem da Igreja.


Conversamos sobre alegrias, mas também sobre sofrimentos: a alegria, por exemplo, de ver a Igreja do nosso país com devoção popular, especialmente pela Nossa Senhora e pelos Santos, de uma força incrível. Basta pensar que a devoção à Nossa Senhora de Carmem está presente do deserto, no norte, ao frio, no sul. Falamos sobre o clero, a formação dos seminaristas, os jovens que hoje precisam ser escutados: o Papa nos falou da “pastoral do ouvido”, caminhar com eles, escutando-os e anunciando a novidade de Jesus Cristo.


Sobre as dores vividas no país e pela Igreja, o Card. Andrello disse que o tema da pedofilia foi um outro argumento tratado “com muita sinceridade” na audiência com o Papa. A questão foi abordada com a capacidade de “estar vigilantes aos problemas e às injustiças que, quando se trata sobretudo de pedofilia, são faltas gravíssimas concernentes aos direitos humanos e são inclusive um grave pecado perante Deus”.


Card. Andrello – O Papa nos contou que, uma vez, saindo do metrô de Buenos Aires, numa praça cheia porque tinha uma manifestação, havia um casal com o seu filho, e os pais gritaram à criança: “Vamos embora porque têm pedófilos”. O Papa se sentiu mal naquele momento, mas nos disse: “Vejam até que ponto pode chegar uma mentalidade que vê o mal em todo lugar”. Então, ele nos convidou a superar também essa situação.


A audiência com o Papa foi uma oportunidade para abordar a questão dos Mapuches, índios que hoje vivem principalmente em zonas urbanas, mesmo mantendo vínculo com as comunidades de origem. O povo indígena luta, porém, pela recuperação do território ancestral e pelos direitos perante o Estado. “Tenho certeza que o povo Mapuche tem todas as qualidades e as possibilidade para poder dialogar com o Estado chileno: é um povo maduro que tem convicções e formação profundas”, disse o prelado que também comentou sobre os desejos da Igreja para o futuro do país:


Card. Andrello – Podemos caminhar definitivamente pela estrada da reconciliação profunda que não esquece os fatos: esquecer seria esquecer a história que é mestre de vida. Mas a reconciliação significa ir também mais a fundo nos fatos. Eu acredito que os valores e a mensagem do Evangelho nos convidam a reconhecer as situações, sobretudo a falta perante os direitos humanos que acabou fazendo um grande dano, e continua fazendo, mesmo depois de 40 anos dos fatos do regime Pinochet. Mas significa também a vontade do perdão na consciência, daquilo que se perdoa e é gratuito: o perdão é sempre gratuito. Unir a verdade com uma estrada nova de construção do futuro.

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