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Artigo: A catequese de um Dependente Químico


Foto: Programa Tocando em Frente - Rádio 9 de julho - Todo sábado às 19h.

Quero compartilhar aqui uma experiência vivenciada por um rapaz de 26 anos que devido ao uso problemático de álcool e outras drogas acabou sendo encaminhado para internação e realizar o tratamento da dependência química. Neste local a filosofia de trabalho era ORA ET LABORA (Oração e Trabalho) e assim deu início ao seu processo de recuperação.


Teve que lidar com a interrupção do uso de todas as substâncias das quais fazia um uso abusivo: cocaína, maconha, bebidas alcoólicas e o tabaco, este muito mais difícil de ficar sem.


Noites sem dormir, mudança radical em sua rotina que incluía acordar às 6:00 da manhã, ir para a capela, rezar o primeiro terço do dia e participar da celebração. Às 10:00 iniciar suas atividades laborais. Às 12:00 almoçar, rezar o segundo terço do dia e até às 14:00 para descansar. Das 14:00 às 18:00 retorno ao trabalho com interrupção para o café da tarde. Das 18:00 às 20:00 lazer, banho, rezar o terceiro terço e jantar. Das 20:00 às 22:00 estudos, espiritualidade, reuniões, chá da noite e dormir.


Uma rotina que de início é bem difícil de se adaptar. Uma pessoa com a vida desregrada, sem horários, sem limites, sem obediência as regras e sem interesses saudáveis. Este rapaz se sentia estranho pois estava ali tentando de alguma forma descobrir o que a vida ainda podia lhe oferecer.


Apesar de ainda jovem com apenas 26 anos não se via mais capaz de produzir ou realizar coisas legais. Se sentia fracassado, derrotado, infeliz, desamparado, sozinho. Sem auto estima, sem auto confiança, com muita raiva e rancor em seu coração. Mas dia a dia foi entendendo melhor o significado de sua estadia neste lugar. Começou a prestar mais atenção nas atividades espirituais e ficou particularmente intrigado quando em um determinado momento da celebração as pessoas ficavam de joelhos diante de um objeto branco e redondo que ficava guardado em um outro objeto de cor dourada. Repetia os movimentos dos outros mas sem entender o que de fato estava fazendo.


Achava estranho o fato das pessoas se referirem àquele “objeto” de forma tão obediente.


Este rapaz até tinha feito catecismo na Igreja Católica, fez a primeira comunhão e tinha sido batizado, mas ali, não entendia do que se tratava toda aquela reverência.


A catequese deste dependente químico começou a acontecer de fato quando descobriu que aquele objeto branco e redondo sobre aquela mesa, que depois também descobriu que se chamava altar, na verdade era a hóstia consagrada que além de ser consumida nas missas também poderia ser adorada em momentos de contemplação durante missa.


Como assim? Adorar a hóstia? Por quê?


A catequese deste dependente químico começou a ser cada vez mais rica e ele foi aos poucos descobrindo coisas que não tinham o menor significado para ele até então. A sua inquietação por saber mais levou-o a um processo de descoberta dos ensinamentos cristãos. O terço não era mais apenas uma obrigação mas sim um processo de devoção e de busca de sentido para tudo aquilo.


Descobriu que sua identidade cristã Católica se dava a partir da oração do terço e com o tempo descobriu que o que fazia todos os dias era a oração completa do rosário e que nestas orações se aprendia mais sobre a vida de Jesus.


A catequese deste dependente químico se deu pela prática diária destas atividades e exercícios espirituais e o maior e mais sublime ensinamento foi descobrir que ao se ajoelhar diante daquele objeto redondo e branco na verdade estava contemplando e adorando Aquele que de alguma forma o havia levado até ali: Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador.


Relatos reais da vida de um dependente químico em recuperação desde então.


Autor: Ivanildo de Andrade

Psicólogo - CRP: 06/96867

Especialista em Saúde Pública

(11) 98345-9854

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