top of page
  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • YouTube Social  Icon
  • Instagram Social Icon
  • Google+ Social Icon

Homilia: Missa 30 Domingo Tempo Comum - Ano A - 29.10.2017


Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!



Irmãos e irmãs, estamos a quatro semanas do encerramento deste ano litúrgico. Sendo assim, a Sagrada Liturgia já começa a nos fazer refletir sobre determinados pontos que são necessários a um bem viver neste mundo para merecermos viver felizes no outro.


A nossa vida é como “um piscar de olhos” de Deus. A nós, porém parece longa. Dizemos que é curta quando queremos nos empanturrar dos prazeres deste mundo. Já aqui se esconde uma verdade da nossa fé que passa desapercebida à maioria das pessoas.


Por quê uma vida de 80 anos é longa ou é curta? É longa quando consideramos as lutas, as dificuldades, os sofrimentos, sobretudo se são intensos; é curta, porém, quando consideramos os momentos em que nos sentimos plenos de vida, felizes, gozando de boa saúde, cheios de planos para o futuro.


Quando jovens, avaliamos do segundo modo, é curta; quando já nos aproximamos do outono da vida, vamos como que olhando o passado, pois o futuro já não é tanto.


Mas é curta ou é longa? Esta é uma pergunta sem muito sentido, do ponto de vista da fé cristã. Digo isso porque a vida tem valor da sua origem em Deus que no-la dá. Pode ser sequer nascida – por isso NÃO ao aborto! – pode ser breve ou longeva. O seu valor se encontra naquele que a dá, não em nós que a recebemos como dom. Daqui a Igreja afirmar sua inviolabilidade desde o início.


A vida e o seu valor não podem ser medidos. O que se deve buscar é o seu sentido. Por que todos nos alegramos com a vida e detestamos a morte? Ora, esse ódio à morte, ao não mais existir, foi inscrito nos nossos corações por Deus mesmo que é A VIDA e que, ao nos criar, nos quer vivos e não mortos. Mas onde se encontra o sentido da vida? Em Deus, ora bolas! Se é Ele quem no-la dá, com a cooperação dos nossos pais, é Ele nossa vida!


É tanto o valor da vida humana para Deus que isto é sua glória – Gloria Dei, homo vivens – mas, e a nossa vida? Nossa vida é a visão de Deus! Isto já dizia o Santo Irineu de Lyon, Mártir, no século II:


Gloria Dei, vivens homo. Vita autem hominis, visio Dei.


Está aqui o sentido da vida humana: a visão de Deus!


Esta visão de Deus, porém não se dá somente na outra vida ou para lá está reservada. Desde já, somos chamados a esta visão.


A Leitura do livro do Ex que ouvimos hoje, traça normas particulares para a vida. São 630 normas práticas que os judeus tinham de obedecer. Tudo era regulado e assim, todos os aspectos da vida deviam ter relação com Deus. Tudo!...


A primeira e a mais importante, Nosso Senhor hoje nos recorda: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. É o Mandamento que os judeus religiosos tem de recitar todos os dias, não podendo esquecer. As normas que ouvimos apontam para a conseqüência prática deste que também o Senhor nos recorda e nos deu mesmo como Mandamento seu: “Amar o próximo como a si mesmo”. Nestes dois Mandamentos, o resumo de toda a Lei de Moisés e que recebemos de herança do Senhor.


Irmãos, viver a fé, é levar a sério tais Mandamentos. Significa vivê-los intensamente. Assim, é que nós desde já, neste mundo, viveremos na presença de Deus.


Sendo Ele em primeiro lugar, não nos leva a desinteressar-nos desta vida, como refletimos Domingo passado, mas antes, nos coloca em relação com os outros, pois, ensina-nos São João Evangelista, nós não podemos dizer que amamos a Deus a quem não vemos, se não amamos aos que vemos. Aqui está o ponto e o modo de darmos glória a Deus: interessarmo-nos pelo próximo, amá-lo como nos deu o exemplo o Senhor. E o maior interesse do Senhor em relação a nós foi interessar-se ao extremo pela nossa salvação, amando-nos até o fim e morrendo na Cruz Bendita para libertar-nos do poder do pecado e da morte, abrindo para nós não só as portas da eternidade, mas de uma vida nova, desde já.


Esta fé, que São Paulo anunciou aos Tessalonicenses, foi por eles de tal modo acolhida que os fez mudar radicalmente de vida e a viver a fé e da fé. Esta fé é a garantia da vida futura e da visão de Deus face a face, posto que aqui, nós só vemos per speculum et aenigmatae. Mas vemos! Só não vemos se não considerarmos o valor da vida que Deus nos deu; só não veremos se, ao invés de viver plenamente a vida, a desperdiçarmos buscando como loucos nos fartarmos daquilo que não nos pode saciar a sede de sentido e de vida verdadeira.


E a vida que o Senhor nos dá é de tal ordem que nos lança para além do meramente aparente. Assim, a vida seja breve ou longa segundo nosso modo de medir, terá sempre sentido, pois é dom de Deus; é sagrada e deve sempre ser respeitada e bem vivida, para vivermos não somente aqui mas, livres do juízo punitivo de Deus, alcançarmos aquilo que o Senhor já nos concede, se a ele vivemos unidos no amor: a felicidade, a suprema felicidade que consiste em viver amando a Deus e ao próximo, por mais difícil que se nos apresente por causa do pecado.


Irmãos, ouçamos novamente o texto da oração da coleta da Missa de hoje:


“Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis”.


Que assim seja para todos nós: amar o que Ele ordena, para alcançarmos o que promete!


Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Autor: Prof. Pe. Mestre Samuel Pereira Viana Nascido em Duque de Caxias (RJ) e Ordenado Presbítero na Diocese de Santo Amaro. Mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

DESTAQUE
bottom of page