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SER FELIZ É SER SANTO


Foto: Wix

O mundo perdeu de vez o conceito de felicidade. Outrora, vida feliz e prazerosa se imaginava sempre associada a um cenário paradisíaco, à beira de formoso e pacato lago, em meio a florestas encantadas, floridas, verdejantes, com rios e cascatas murmurantes. Ou ao menos uma casinha solitária no sopé da montanha que moldura o quadro das muitas salas onde desenrolamos nossas atribulações diárias – quem não tem um quadro desses em algum cantinho da própria vida? Ou então a imagem daquela estrada sinuosa, cortando vales, escalando montanhas, vencendo o horizonte de muitos sonhos à nossa frente. Ser feliz era fazer parte desses cenários, inserir-se num paraíso terreno.


Mudou alguma coisa? À medida que as ambições humanas dominaram o cenário da simplicidade e se sofisticaram em sua busca de prazeres aliadas ao poder, sim, tudo mudou. O meio já não satisfaz. O domínio deste é pouco quando nosso poder vai além das coisas, dos bens e posses, para sobrepujar o outro, dominar também um semelhante. Poder aliado à posse é hoje sinônimo de felicidade. A felicidade moderna não é mais sonhar com uma casinha no campo, uma flor, um jardim. A felicidade plena e perfeita vai muito além da utopia cabocla, pois sua plenitude só será completa se munida de poder, dinheiro e beleza. Esse é o tripé diabólico da moderna felicidade. Romanos ambicionavam a perfeição do corpo, associada sempre à sanidade da mente. Esses dois quesitos eram o básico para uma vida feliz. Já os gregos adicionavam um terceiro: a necessidade de aprimoramento espiritual: conhecer-se a si mesmo! Até então, essa constante busca por uma vida ao menos mais sensata tinha um tripé coerente, baseado na saúde do indivíduo: vitalidade, sanidade e espiritualidade.


E agora? Você só será feliz se pisar, dominar, humilhar, vencer, sobrepujar-se ao adversário. Não Aquele, mas um semelhante, um irmão, alguém que, por ironia do destino, cruza diariamente seu caminho buscando o mesmo ideal: ser feliz. Para tal, busca-se o poder – o ter e amealhar mais que o outro, para então dominá-lo. Você só será feliz com “muito dinheiro no bolso”, esse que é capaz – pensam os iludidos – de comprar ou vender saúde. Nunca a dar gratuitamente! Enfim, feliz é o corpo sarado, perfeito, porte atlético e silicone discreto... Altura e tez agradável aos padrões da estética. Barriga tanquinho, glúteos amendoados, olhos vidrados na contemplação... do nada! Eis onde mora a felicidade moderna!


Esquecemo-nos das bem-aventuranças. Essas que traduzem com perfeição os melhores exemplos de felicidade perfeita, de plenitude de vida. Se as ilusões do mundo enchem nossos corações de utopias e sufocam nossas almas cuja maior aspiração é o sonho de felicidade, voltemos para nossas montanhas de ilusões, para “aquela” montanha do Cristo a revelar: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu”... Vamos por parte, passo a passo, nessa espetacular revelação de felicidade. Antes de qualquer outra atitude, é necessária a pobreza. Não aquela da superficialidade da matéria, mas aquela que nos desnuda diante de Deus e nos diz ser Ele o dono de tudo, o Senhor da vida, o Espírito da Perfeição que tanto buscamos. Despojados de nossa arrogância, da mesquinhez que conduz nossos sonhos, nossos passos, então poderemos retomar o caminho, tomar posse da maior riqueza que a vida nos oferece e reinar soberanos na verdadeira causa da nossa felicidade: a pureza de nossas almas. Sim, felicidade plena é aquela que nos santifica! Ser feliz é buscar a santidade; nada mais.



Autor: WAGNER PEDRO MENEZES


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