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Profecia e esperança!



Estimados Diocesanos! Estamos iniciando o mês de junho. No contexto sociocultural brasileiro, ele é fortemente marcado pelas festas populares que evocam a vida nos pequenos povoados e cidades, onde todos sentiam-se como parte de uma grande família chamada comunidade. Nela, celebrava-se a fé, acolhia-se a vida e se pranteava aqueles que partiam para o descanso eterno na casa do Pai. Os acontecimentos da coletividade eram marcados pela simplicidade e por um forte espírito de fraternidade.


As transformações socioculturais e econômicas desenraizaram e, em nossos dias, continuam tirando muitas pessoas de suas comunidades de origem, levando-as a percorrem um êxodo muitas vezes forçado pela luta da sobrevivência, sem um destino certo. Levavam e levam consigo seus poucos pertences que podem ser acomodados em algumas velhas malas ou trouxas amarradas. No amanhecer, em qualquer estação rodoviária das nossas médias e grandes cidades, podemos observar cenas de caminheiros retirantes que envolvem famílias inteiras. Mas os poucos pertences que carregam, “graças a Deus”, não representam aquilo que levam no coração. O rosto abatido pelo cansaço de uma noite mal dormida, o olhar assustado diante do desconhecido e das incertezas da vida não tiram do coração destes nossos irmãos a fé, a solidariedade, a esperança e a vontade de recomeçar, mesmo partindo, quem sabe, de um pequeno barraco de papelão à beira da estrada ou de uma preferia esquecida pelo poder público.


As festas juninas, marcadas pela religiosidade popular, nos trazem presente um homem, João Batista, escolhido e marcado por Deus para anunciar a sua Palavra e falar de esperança ao coração do povo. Foi um profeta que tomou a sério as perguntas que habitavam nos corações dos homens e mulheres na realidade da vida. Também nós, hoje, diante da nossa realidade brasileira, deveríamos nos perguntar: quais são as interrogações que estão no coração dos homens, das mulheres, dos jovens e das classes sociais que compõem a nossa sociedade e que gostariam de ter uma resposta, por parte das Igrejas no que diz respeito à fé, mas também da classe política, no que diz respeito ao descaso e às incertezas a que estamos relegados como povo brasileiro?


Que a realidade de incertezas socioeconômicas do momento não tire do coração do nosso povo a alegria de celebrar as festas juninas, sempre com os pés no chão da história, tendo presente a responsabilidade de cada um na construção de uma sociedade democrática e de direito que respeite a vida, construa a paz, busque a justiça social e não sufoque a esperança de um novo amanhã que está no coração de milhões de brasileiros.

Autor: Dom José Gislon

Bispo de Erexim

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