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Homilia de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Lc 18, 1-8 - Parábola do juiz iníquo e da viúva importuna



Após a parábola do amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos outra parábola, a do juiz iníquo, ao qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atende. Com muito maior razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele dia e noite, mesmo que os faça esperar? ”. O Pai não deixa de atender às súplicas de seus filhos.


Para despertar nos discípulos a perseverança na oração, sugerida desde a introdução da parábola, Jesus descreve os insistentes rogos da viúva, incentivando-os a proceder do mesmo modo. Ainda que retarde, a prece deles será certamente acolhida pelo divino Juiz, o Justo por excelência. Talvez, no presente momento, eles tenham de suportar a iniquidade, o crime e o pecado, porém, o Senhor não os abandona e virá em socorro deles. A paciência do Pai reflete a longanimidade misericordiosa do seu coração, que concede aos pecadores o tempo necessário para se arrepender e assim o número dos eleitos possa ser sempre maior.


Nesse sentido, exclama São Cirilo de Alexandria: “O contínuo apresentar-se da viúva oprimida conquistou o juiz iníquo que não temia a Deus e, contra a sua vontade, concede-lhe o que ela pedia. Como poderá aquele que ama a misericórdia e odeia a iniquidade, que sempre estende sua mão salvadora aos que o amam, não acolher os que se achegam a Ele dia e noite? ”. De fato, escreve S. Agostinho, “o Senhor quis que da atitude do juiz iníquo se deduzisse o modo como Deus, bom e justo, trata com amor os que recorrem a Ele pela oração”.


A confiança em Deus cresce e se solidifica quando reconhecemos Jesus como princípio de unidade, no qual se realiza a integral salvação da humanidade toda inteira. Ele mesmo é a paz, o Cordeiro que tira o pecado do mundo e, segundo Orígenes, “Ele é o sumo sacerdote das nossas súplicas e nosso defensor junto ao Pai”. Unidos a Ele, os movimentos do nosso coração tornam-se uma única e ininterrupta prece, que manifesta a comunhão com Deus, com os outros, com a criação toda inteira, na expectativa da vinda definitiva do Reino do Pai.




Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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