top of page
  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • YouTube Social  Icon
  • Instagram Social Icon
  • Google+ Social Icon

Homilias de Dom Fernando Antônio Figueiredo

Jo 10,31-42 - Jesus, o Filho de Deus.



Após invocar o testemunho do Pai em favor de suas obras, Jesus se volta para seus adversários e, com um leve sorriso, pergunta-lhes: “Por qual delas quereis apedrejar-me? ”. Eles compreendem sua intenção e, com sutileza de espírito, respondem: “Não te lapidamos por causa de uma boa obra, mas por blasfêmia, porque, sendo apenas homem, tu te fazes Deus”. Por entenderem que Ele se fazia igual ao Pai, acusam-no de insultar ao próprio Deus, o que o tornaria merecedor dos maiores castigos: as palavras de Jesus soavam aos seus ouvidos como negação do monoteísmo, do Deus único da Aliança, e punham abaixo a ideia de um Deus juiz e legislador.


Jesus não se retrata. De modo tranquilo, porém firme e claro, Ele descreve a bondade do Pai, sempre pronto a perdoar, e afirma sua relação íntima com Ele, declarando: “Eu e o Pai somos um (hen) ”. É o auge da afronta. Seus inimigos alçam a voz e o cumulam de acusações, incitando todos os demais a apedrejá-lo, pois, segundo eles, bastava a presença de um só blasfemador para macular a comunidade toda inteira.


Em sua paciência misericordiosa, Jesus espera que eles se arrependam e sejam capazes de acolher o amor de um Deus, que é nosso Pai. A condição é tornar-se criança, fórmula tradicionalmente judaica, imagem da confiança que o homem deve ter diante de Deus, que continua a nutrir amor por todas as suas criaturas: trata-se de convertê-los, chave para a compreensão direta das palavras de Jesus, sobretudo, quando Ele diz ser o Filho de Deus, vindo para salvar a todos. Assim, desde o início, a Igreja professa que Ele é o Messias ou o Cristo, o Ungido de Deus, o Filho do Altíssimo, que se tornou um de nós para que, recebendo-o, fôssemos conduzidos não a um divino anônimo, mas ao rosto profundamente humano do Filho amado do Pai.


Como se evidencia, o Filho, sem deixar de ser plenamente Deus, assume a condição de servo; torna-se verdadeiramente um de nós, movido, escreve Orígenes, “por compaixão do gênero humano”. E não só. Amados por Ele, “paixão de amor por nós”, também pelo Pai, que carrega em suas mãos “a nossa conduta”, nós somos convocados a manifestar, em nossas palavras e atos, o amor misericordioso do Pai para com todos. Por conseguinte, quais peregrinos, enfrentando os perigos do deserto e suas contradições, vivenciaremos em cada etapa da história humana, embora de uma maneira imperfeita, mas tangível, uma nova expressão da infinita misericórdia divina.



Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

DESTAQUE
bottom of page