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Tiradentes: o amor cívico e a integridade de um patriota




No dia 21 de abril de 1792, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, seu antigo ofício, foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro. Em 1890, este dia foi considerado feriado por decreto real, e pela lei nº 4897, de 9/12/1965, foi proclamado Patrono Cívico da Nação Brasileira.


Foi um dos líderes e mentores da chamada Inconfidência Mineira, movimento percursor da independência que se opôs ao imposto que taxava toda a população chamado de "derrama", uma nova ordem tributária colonialista que veio de Portugal através do Visconde de Barbacena.


Queria-se organizar um levante contra a coroa para proclamar a autonomia de Portugal, declarando uma República com capital em São João del Rei, abolindo a escravidão. Como o movimento era frágil e sem muita base popular, foi reprimido ajudado pela delação de um de seus membros o traidor Joaquim Silvério dos Reis, quem, para conseguir a amnistia de suas dívidas de empresário do comércio, entregou seus companheiros ao governador.


Foram presos, julgados e condenados; a rainha D. Maria I concedeu a todos, excluindo Tiradentes, a mudança da pena de morte por um exílio na África. Tiradentes era o mais pobre e de menor influência no grupo, e em nenhum momento procurou fazer acordos ou negociar a sua sentença mantendo-se na dignidade de sua posição revolucionária e patriótica, fiel e conseqüente a seus ideais.


Nestes dias, em que nos deparamos com listas intermináveis de cidadãos corruptos que pertenceram aos mais altos cargos de governo e de representação política, o exemplo luminoso e coerente de Tiradentes nos ensina que, quando se pratica a política sem virtudes, ideais e princípios, contrastando com este herói republicano, nos tornamos traidores como Silvério dos Reis que antepôs seu interesse pecuniário ao bem comum da Nação.


O amor cívico enunciado como linha de ação pelo Papa Francisco, na "Laudato Si", visa formar cidadãos que se importam com seu município e sua cidade, que sabem que o voto não basta, mas que o preço da liberdade supõe um exercício permanente de uma cidadania vigilante e testemunhal. A falta de uma cultura de integridade nos vários níveis e escalões da administração pública nos faz regredir ao tempo da colônia quando éramos vítimas dos ditames arbitrários e injustos da Monarquia.


A condição de integridade, muito embora deveria ser condizente e exigida como habilitação para a candidatura para um cargo político, impele aos eleitores dos próximos pleitos, a romper com qualquer partido ou candidato que proteja, indique ou disfarce corruptos que sangram a Nação Brasileira. Deus seja louvado!


Autor: Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo de Campos (RJ)

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