top of page
  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • YouTube Social  Icon
  • Instagram Social Icon
  • Google+ Social Icon

Não à violência nas redes sociais


Todos nós somos conscientes da importância das redes sociais. Com o advento destas plataformas, tudo ficou mais fácil, mais rápido e mais eficaz. Por causa da navegabilidade, da conectividade, da velocidade e da praticidade, as redes socais caíram no gosto das pessoas e se popularizaram. Tanto assim que o papa Francisco chegou a dizer que “as redes socais são ‘dom de Deus’ se usadas sabiamente”. O problema é saber usá-las com sapiência. E é exatamente o que, de fato, não está acontecendo. Nas mãos de quem não sabe manuseá-las sabiamente, elas se constituem um desastre e se transformam em uma arma perigosa que destrói, fere e mata.


A rigor, as redes sociais são neutras: não fazem nem bem e nem mal. É o coração humano que as tira desta sua neutralidade. “Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor” (papa Francisco). O que se lamenta é que a geração de nativos, que domina, como ninguém, estas plataformas, as utilizam como armas de guerra para disseminar agressividades, espalhar cizânias, calúnias e raivas, provocar suspeitas e nivelar, por baixo, como se todos fossem iguais. Infelizmente muitos que se dizem “católicos” usam mais as redes sociais para condenar, politizar, polarizar, desinformar e provocar a divisão entre as pessoas e entre os grupos do que para dialogar, compartilhar e evangelizar. Defendem um neoconservadorismo que chega a beirar cisma. Um abismo chama outro abismo. A violência só gera violência. A guerra somente gera guerra. Usar o nome de Deus para justificar posturas e composturas agressivas e ríspidas, é não falar, em espirito e verdade, em seu nome. Usar o nome da Igreja para disseminar discórdia, é prestar-lhe um desserviço. Tenho repetido, à exaustação: “toda vez que perdemos de vista a grandeza do mistério da comunhão da Igreja para ficar preso à mesquinhez de uma pessoa, à fragilidade de um determinado grupo, ao erro de um determinado período histórico, perdemos a capacidade de contemplar o infinito mistério de Deus agindo em nós. Deus é infinitamente maior do que nosso pecado. Entender o mistério da comunhão da Igreja é não amesquinhá-la, não perder tempo com fofocas e picuinhas que ameaçam fechar a comunidade em si mesma e isolar os grupos” (padre Vitor Feller).


Tempo complexo este nosso. Estaria Cristo dividido? Estaria a Igreja de Cristo dividida? Quem nos separará do amor de Cristo? Gosto muito deste outro texto. Não é da minha autoria. Nem sei quem o escreveu. Peço, pois, vênia e licença, ao autor, para apropriar-me dele, como se meu fosse: “não tragam apenas a palavra afiada, feita faca para o combate; tragam também a voz e, no canto, a melodia do sonho e da esperança da unidade. Não tragam apenas olhos críticos para desnudar a injustiça e a opressão que os outros comentem; tragam também um olhar doce e terno, capaz de perdão, misericórdia e reconciliação. Não tragam apenas mãos firmes e fortes, a fim de remover barreiras e obstáculos; tragam também na ponta dos dedos sensíveis o bálsamo para as nossas feridas do corpo e da alma. Não tragam apenas pés rijos e calejados para as estradas íngremes e inóspitas; tragam também passos leves e pacientes, sintonizados com o ritmo dos mais debilitados. Não tragam apenas a boa nova do evangelho como um tesouro de preciosas pérolas; tragam também a arte, a graça e a magia de transmiti-la em tempos complexos. Não tragam apenas um espírito de fé, que tudo vence, supera e sublima; tragam também o coração aberto ao diálogo, à solidariedade, à paz e à oração. Não tragam apenas a água viva da mensagem, junto com a certeza de que Deus o envia; tragam também sedes, dúvidas e interrogações, pois, evangelizar é um movimento de mão dupla. Não tragam apenas o ouvido atento e a resposta pronta ao sofrimento e à alegria de tantos caminhos; tragam também o silêncio respeitoso diante da dor, já que uma história nua é como um sacrário aberto”.


Portanto, digamos não à violência nas redes sociais. Não compartilhemos notícias e nem conteúdos ofensivos e depreciativos. Não participemos de grupos que tenha por objetivos fofocar, caluniar e divulgar inverdades, como se verdades fossem. Vamos todos contribuir para a superação da violência, inclusive nas redes sociais. Esta é a nossa missão. Bela missão.


Autor: Dom Pedro Brito Guimarães

Arcebispo de Palmas – TO

DESTAQUE
bottom of page