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Obrigado, religiosos e religiosas


Foto: Canção Nova


O terceiro domingo do mês vocacional, celebrado na Igreja Católica, propõe falar, rezar e convidar para a vocação à vida consagrada. Para falar da história dos 47 municípios que compõem a área da Arquidiocese de Passo Fundo, o mesmo vale para outras regiões, não pode ser ignorada a presença viva e atuante das Congregações Religiosas. Atuaram e atuam nas mais diferentes áreas. Algumas obras têm maior visibilidade, outras são menos visíveis, mas não menos importantes. Como exemplo, merece destaque todo trabalho desenvolvido na área da educação. Hoje temos várias e grandes escolas que procuram oferecer uma educação de primeira qualidade e que tem como diferencial apresentar e desenvolver os valores cristãos.


Destaco também, todo trabalho realizado nas comunidades paroquiais pela presença, pelas visitas, catequese. E por fim, o “Projeto Transformação” que reúne várias Congregações. Hoje, no território da Arquidiocese de Passo Fundo, temos 10 Congregações Masculinas, presentes em 24 comunidades e 15 Congregações Femininas formando 47 comunidades. Eles são uma presença marcante através da presença e através das atividades que realizam. Se faz necessário falar destas pessoas e destas obras e reconhecer a sua importância para o desenvolvimento religioso, cultural e econômico de nossas cidades.


A sociedade faz uma pressão sobre as pessoas cobrando delas eficiência. Valoriza muito o “fazer”, a produtividade. Sim, isto é justo e necessário, pois cada um tem o dever de colaborar e ajudar a construir.


Porém não pode ficar esquecida a dimensão do “ser”. A dimensão do ser é fundamental para a vida religiosa. São, em primeiro lugar, religiosas e religiosos e depois realizam atividades decorrentes deste ser.


A vida religiosa é uma vida consagrada que evidencia a doação integral de si a Deus, de serviço total a Ele e às pessoas. O sinal visível da consagração na vida religiosa é a profissão dos chamados “conselhos evangélicos ou votos”: pobreza, obediência e castidade. Ao escolherem livre e conscientemente este modo de ser e viver, a vida deles adquire peculiaridades próprias. Uma opção de vida que muitas pessoas têm dificuldades de entender e até de respeitar.


A vida religiosa tem uma importância fundamental para Igreja e para a sociedade. No voto de pobreza os religiosos abrem mão de terem bens em nome próprio. Os bens são colocados em comum, para a congregação e servem para todos os seus membros: alimentação, vestuário, moradia, saúde e a realização das atividades. Isto se constitui uma provocação para a sociedade que tem a marca da concentração da renda nas mãos de muitos pouco em detrimento de uma multidão que vive com o mínimo ou que até não tem o mínimo necessário. É um modelo de administração dos bens que faz pensar no próximo.


O voto de obediência situa-se no âmbito de aderir livremente aos projetos comunitários da Congregação e da Igreja. É abrir mão de causas pessoais e abraçar projetos que não são oriundos da própria vontade. Este voto é uma provocação contra a visão individualista e egoísta de viver. Se somente os interesses pessoais forem prioritários, a convivência humana fica inviável. O voto de castidade situa-se no âmbito do amor incondicional a Cristo e na colaboração do seu projeto de anunciar e propagar o Reino de Deus. Aponta para as realidades transcendentes, da espiritualidade, da oração.


Muito obrigado a todas as religiosas e religiosos pelo vosso ser, pela presença e missão. Deus os abençoe.


Autor: Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo

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